sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Um Garoto... Uma Gaita


Talvez essa seja a melhor maneira de descrever a real solidão. Solidão de estar em meio a multidão e ainda sim se sentir sozinho...
Ele passou despercebido por muitos,poucos foram os que o avistaram e dos que o viram, puderam aprender com ele algo originado daquele simples gesto.
Com uma tranquilidade surpreendente , aquele garoto atravessou o pátio da escola com sua gaita em punho, e sem se importar com os que o olhavam começou a tocar.
Fez-se ouvir uma melodia triste, vazia de afeto , de alegria. E ele rodeado de pessoas aparentemente felizes , quem sabe uma alegria fingida, que passavam aos gritos, risadas altas e sem motivo aparente.Corriam de todos os lados e ele ali simplesmente parado no muro , inerte a tudo, menos a sua música.

        Tantos outros alunos com sua alegria um tanto  fingida,passavam aos gritos,risadas altas e sem motivo aparente....Corriam por todos os lados e ele ali simplesmente.
    Ninguém o via...Nem ele mesmo se fazia ver. Parecia que gostava mesmo de estar no meio da multidão e só. Até que ele parou em um canto escuro, longe de toda aquela bagunça , em busca de  um pouco de  tranqüilidade e silêncio - quase  impossíve l -para poder se isolar  e mais uma vez se fez ouvir o som daquela gaita.
     Uma melodia mágica para  os poucos que o ouviam de longe. Ele absorto em um mundo só dele.   
    O mundo onde a música dizia o que ele, com suas palavras,não poderia dizer...E assim ele se manteve por um tempo que parecia infinito...Que não seria interrompido se não fosse o sinal alertando o fim do intervalo.
     Ainda tenho aquela melodia guardada na mente e principalmente em meu coração. 
   
 Ele não sabe e talvez nunca venha a descobrir o que aquele simples gesto fez com os poucos que o ouviam.


Eu nunca mais fui a mesma depois de suas palavras....

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